Na cidade de Uberaba, no Triângulo Mineiro, apenas 6 mulheres tinham sido eleitas nos seus 200 anos de história. A falta de representatividade feminina foi um dos fatores que levou Rochelle Bazaga à campanha eleitoral de 2020. Depois de uma campanha ousada e criativa, ela foi uma das quatro mulheres eleitas nesse ano.
Um dos segredos do sucesso foi construir propostas eleitorais baseadas nos anseios dos uberabenses. Realizou reuniões com a comunidade e workshops para ouvir as principais demandas. “O resultado disso foram 6 eixos temáticos que passam da pauta feminina ao desenvolvimento da cidade e que foram compilados em 22 ideias”, diz Rochelle.
Na campanha, a meta era levar essas propostas ao maior número possível de eleitores. Mesmo tendo usado massivamente as redes sociais, ela não dispensou ações mais tradicionais. “Fizemos de visitas a empresas, comércio, lives ao megafone. O megafone inclusive se tornou um símbolo da minha campanha. Eu ia para os sinaleiros e entregava um currículo para as pessoas pedindo que me contratassem”, resume a vereadora eleita.
Ela também destaca o papel que a Fundação Milton Campos teve, especialmente com a realização da Formação Progressista em Uberaba. “Esses encontros trouxeram vários especialistas de comunicação, estratégia, mobilização entre outros temas. Muitas coisas que fiz na campanha foram frutos de reflexões trazidas por esses encontros”, relembra.
Depois da campanha, ela encoraja quem está fora para entrar na política. “Não deixe ninguém dizer que a política não é para você. Se prepare, estude, conheça profundamente as pautas que façam sentido ao seu propósito de vida, busque conversar com mulheres que já atuam politicamente. Esteja ciente que os desafios serão grandes e que somos capazes de vencer cada um deles. A política é um meio de transformação da sociedade, seja parte desse processo”, conclui Rochelle.
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Confira a entrevista com a vereadora eleita de Uberaba/MG:
– Em que momento da vida você decidiu se lançar na política?
Rochelle: A política faz parte da minha vida desde os 13 anos, mas a vontade de me candidatar surgiu quando eu estava como Chefe de Gabinete do Deputado Federal Franco Cartafina onde comecei a refletir da importância dos municípios e da política municipal na conjuntura, que é lá que as transformações comportamentais vão de fato se concretizar e principalmente por sentir na pele a baixa representatividade feminina na minha cidade, Uberaba, em 200 anos só tínhamos tido 6 mulheres vereadoras.
– Como foi seu trabalho para levantar os temas que você levaria para a campanha?
Rochelle: Durante a pré-campanha fiz varias reuniões onde levantava os principais problemas de Uberaba, disso montamos um gráfico e convidamos todas as pessoas que eu tinha conversado para um Whorkshop de construção de propostas, o resultado disso foram 6 eixos temáticos que passam da pauta feminina ao desenvolvimento da cidade e que foram compilados em 22 ideias apresentadas aos eleitores.
– Sua campanha foi bem diversificada: desde o uso de redes sociais a ações presenciais. Como você planejou tudo isso? E quais tipos de ações você achou mais efetivas?
Rochelle: A campanha tinha o objetivo de atingir o máximo de uberabenses possíveis, por isso as ações nas ruas e nas redes, planejamos isso espelhando em cases de sucesso e dando a nossa cara as ações, fizemos de visitas a empresas, comercio, lives ao megafone. Toda estratégia conversava, desde os materiais impressos (meu santinho era um currículo) as ações, por exemplo uma ação que chamou bastante atenção foi a do megafone, eu ia para os sinaleiros e entregava um currículo para as pessoas pedindo que me contratassem. O megafone inclusive se tornou um símbolo da minha campanha. Mas posso dizer que tudo pensava em fazer uma campanha olho no olho, com dialogo e educação política.
– Qual a participação da Fundação Milton Campos na sua trajetória?
Rochelle: A participação da Fundação Milton Campos foi fundamental para a minha trajetória, realizamos em Uberaba o formação progressista com apoio da fundação. Esse encontros trouxeram vários especialistas em Uberaba de comunicação, estratégia, mobilização entre outros temas. Muitas coisas que fiz na campanha foram frutos de reflexões trazidas por esses encontros.
– Quê conselhos você daria para uma mulher que tenha interesse em entrar na vida política?
Rochelle: Não deixe ninguém dizer que a política não é para você. Se prepare, estude, conheça profundamente as pautas que façam sentido ao seu propósito de vida, busque conversar com mulheres que já atuam politicamente. Esteja ciente que os desafios serão grandes e que somos capazes de vencer cada um deles. A política é um meio de transformação da sociedade, seja parte desse processo.